AICCOPN – Habitação
Contrariamente ao que tem vindo a ser afirmado, não corresponde à realidade dizer-se que o mercado imobiliário português está a conhecer um abaixamento de preços, para além do que é razoável esperar em situações de grave crise como aquela que é vivida pelo sector com os consequentes ajustamentos comerciais. “O mercado não está em saldos nem é expectável qualquer baixa de preços nas casas novas”, afirma Reis Campos, Presidente da AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas.
Sublinhando que os custos de construção de habitação nova tiveram um acréscimo da ordem dos 7%, o que só por si impediria um qualquer movimento descendente dos preços, Reis Campos considera que as adaptações do mercado estão a ser feitas através da redução da construção de habitação nova e de um ritmo mais lento nas vendas.
“Não é verdade que os preços estejam a cair. Aliás, em muitas zonas assiste-se até a subidas consistentes. O que tem havido é uma desaceleração no ritmo de construção e nas vendas. Se, há uns anos, as habitações eram vendidas, na sua generalidade, ainda em planta, agora só começam a ser transaccionadas numa fase posterior”, sustenta o Presidente da AICCOPN.
Considerando que a realidade portuguesa é distinta da de outros países pelo facto de os preços se terem mantido em patamares estáveis, não tendo surgido a espiral especulativa que aconteceu noutros mercados, Reis Campos reconhece um certo abrandamento no mercado, mas não uma redução de preços, que em nada se justifica face aos custos de construção, terrenos e taxas e impostos que as empresas têm de suportar.
O Presidente da AICCOPN considera, aliás, que o maior problema que o mercado imobiliário está a enfrentar é o da subida das taxas de juro e da falta de crédito. “Naturalmente, a crise financeira está também a afectar a venda de casas. Mas apenas porque as restrições de crédito impostas pelos bancos, que passaram a avaliar as casas por valores menores e a dificultar a atribuição de crédito, impedem muitas pessoas de comprar casa ou, pelo menos, de comprar a habitação que desejavam. E a esta realidade junta-se, também, a acentuada subida das taxas de juro, que só agora começam a dar sinais de poderem recuar”.
Reis Campos defende, pois, que continua a haver espaço para o investimento em construção de novos fogos, ainda que a um ritmo mais moderado. “Há novas realidades sociais e familiares que justificam novas oportunidades de negócio”, lembra, para acrescentar que a crise dos mercados financeiros também veio estimular a aposta em activos reais.
Para além da construção nova que, como é sabido, deve apostar em áreas de expansão e em formatos adequados à procura existente no mercado, o Presidente da AICCOPN considera que há um imenso potencial a explorar no segmento da reabilitação urbana que, em Portugal, é ainda muito inconsistente.
“É fundamental estimular a reabilitação urbana, garantindo aos proprietários e investidores condições atractivas para os seus investimentos. O Orçamento de Estado para 2009 já introduz alguns apoios que podem ser interessantes mas que continuam a ser insuficientes”, afirma Reis Campos, acrescentando que “o desenvolvimento do mercado do arrendamento não é possível, apenas, com o recurso à criação de Fundos de Investimento Imobiliário e a outros incentivos de ordem fiscal. Só será exequível se o Estado encarar o arrendamento como um todo e, para isso, a Revisão da Lei das Rendas é um passo essencial”.
Esta continua a ser a grande responsável pela destruição do património edificado das nossas cidades, principalmente das zonas centrais e históricas de Lisboa e Porto”, sustentou Reis Campos, concluindo que a AICCOPN vai continuar a bater-se pela alteração da legislação, pois só assim poderá ser dado um impulso decisivo na reabilitação, tão necessária para o sector e para o País.
Atualizado em 17/11/2021
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