Nota de Conjuntura de Janeiro
Ideias-chave:
i) Janeiro dá continuidade à conjuntura deprimida com que terminou 2005;
ii) Obras públicas são o segmento com maior queda, com o maior pessimismo;
iii) Reabilitação habitacional e não habitacional continua a cair, com pior desempenho do que a construção nova.
O mês de Janeiro de 2006 não trouxe nada de novo para a indústria da construção, a não ser o desejo de que o fim de um longo ciclo eleitoral e de instabilidade seja o prenúncio de um outro ciclo, marcado pela estabilidade e pelo relançamento da economia.
Até lá, a realidade do sector da construção permanece deprimida. Com este mês completa-se uma série sucessiva de quatro meses de queda da confiança dos empresários. Não fosse a estagnação registada no passado mês de Setembro tal série seria de oito meses consecutivos, sendo esse um comportamento sem paralelo ao longo da actual crise.
A contracção da actividade acentuou-se face ao sucedido no final de 2005, sendo de destacar o caso das obras públicas, segmento no qual o indicador de actividade teve uma variação mensal de -5,5 pontos percentuais. As empresas que operam neste mercado foram confrontadas com um desempenho negativo em todos os indicadores do inquérito de conjuntura da AICCOPN, o que se repercutiu nas suas expectativas futuras, com destaque para o relativo ao investimento que teve uma quebra de 5,3 pontos. Em termos homólogos o pior desempenho respeita ao emprego, com o indicador de perspectivas de criação de postos de trabalho a cair 10,1 pontos.
Depois das obras públicas, a habitação surge como sendo o segmento com um indicador de conjuntura mais depressivo. Em ambos esse indicador encontra-se um pouco acima dos -23%. A diferença reside no facto de no segmento habitacional tal não resultar de um agravamento como o observado nas obras públicas, sendo a continuidade face aos dados dos últimos meses. O mercado habitacional tem tido um comportamento muito negativo, com o licenciamento de obras a observar em Novembro de 2005 uma taxa de variação homóloga acumulada de -5,2%. Como tem sido já notado em períodos anteriores, a queda de actividade foi mais forte no âmbito da reabilitação do que na construção nova, com taxas de variação homóloga acumulada de -11,1% no primeiro caso e de -3,8% no segundo. Verifica-se, assim, que 2005 foi o segundo ano consecutivo com quebras no licenciamento de obras em edifícios existentes, sendo preocupante que o ritmo de redução se tenha vindo a agravar, ao invés de abrandar, como seria desejável para possibilitar, pelo menos, a recuperação dos níveis de actividade de há dois anos, altura em que o peso da reabilitação na actividade do sector já era reconhecidamente insuficiente.
No caso do segmento não residencial, a evolução do licenciamento é semelhante, se bem que reduções homólogas acumuladas menos díspares entre construção nova a obras em edifícios existentes. No primeiro caso a taxa de variação homóloga acumulada apurada para Novembro de 2005 foi de -8,7% e no segundo de -9,9%.
Talvez por haver alguma melhoria das expectativas económicas, o segmento de obras não residenciais esteja ligeiramente menos pessimista sendo importante que haja de facto uma retoma económica para que as perspectivas futuras invertam face aos actuais índices que ainda persistem em terreno negativo, nomeadamente a produção para os próximos três meses.
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