Orçamento de Estado é decisivo para combater a crise
Face à situação de estagnação económica em que o País se encontra, agravada pela crise nos mercados financeiros, a AICCOPN – Associação dos Industriais da Construção Civil e Obras Públicas considera necessária a adopção pelo Governo de medidas capazes de apoiar as empresas e fomentar o investimento.
A actual instabilidade do sector financeiro tem por resultado a crescente subida das taxas de juro e o agravamento das restrições no acesso ao crédito, pelo que Reis Campos, Presidente da AICCOPN, sustenta que, “mais do que nunca, são necessárias medidas de excepção para combater a crise instalada”, considerando essencial um claro reforço do investimento público, a par da criação de instrumentos capazes de estimularem o investimento privado.
“O Orçamento de Estado para 2009 não pode ser ambíguo. Tem de apostar no investimento e dar sinais inequívocos para toda a economia”, sustenta o presidente da AICCOPN, lembrando que “o QREN [Quadro de Referência Estratégico Nacional para o período de 2007-2013] regista já quase dois anos de atraso e há muito deveria estar no terreno, apoiando as empresas e dinamizando a actividade económica”.
Sublinhando que estão em causa investimentos que totalizam 44 mil milhões de euros, dos quais 21,5 mil milhões são recursos comunitários, o dirigente associativo defende que já se perdeu demasiado tempo e que é fundamental maior celeridade, nomeadamente nos investimentos que estão contemplados na área da valorização do território.
Já em matéria de incentivos, o líder da maior associação portuguesa da construção defende que o QREN deve reforçar imediatamente os apoios à competitividade das empresas, apontando como essencial, designadamente, o alargamento de instrumentos como a linha de crédito PME Investe. “É fundamental garantir de forma transparente o apoio à generalidade das empresas que necessitam de fundos para os seus investimentos produtivos, uma vez que são preocupantes os sinais de dificuldades de tesouraria, particularmente das pequenas e médias empresas, que constituem mais de 90% do tecido empresarial nacional”.
Reis Campos quer igualmente ver ultrapassados os obstáculos que impedem o avanço de inúmeros Projectos de Interesse Nacional (PIN), nomeadamente de natureza turística, fundamentais para que o sector da construção possa voltar a crescer e para impulsionar o turismo de qualidade que o País tem condições para oferecer e que é uma das potenciais mais-valias da sua economia.
Preocupado com as dificuldades que a generalidade das empresas e, em especial, as do sector da construção, estão a sentir, Reis Campos considera decisivo um forte incremento do investimento público para estimular a economia e salvaguardar o emprego, na linha, aliás, do que está a ser feito por outros países europeus que estão profundamente empenhados na minimização dos impactos de uma conjuntura extremamente adversa.
A estratégia para combater a crise económica é “reforçar o investimento público e estimular o investimento privado”, sustenta Reis Campos, para quem é absolutamente vital “avançar, com carácter de urgência, com todas as obras previstas, sejam elas de natureza rodoviária, ferroviária, portuária, aeroportuária, energética, ambiental ou outras, como a construção de hospitais, tribunais, prisões ou escolas, para referir apenas algumas”.
“O Orçamento de Estado de 2009 é decisivo e só com mais investimento, público e privado, Portugal pode vencer a crise e retomar o caminho do crescimento”, conclui Reis Campos.