Síntese de Conjuntura do Sector da Construção Civil e Obras Públicas
No actual quadro político, a incerteza instalada pode levar a recear o adiamento da adjudicação dessa bolsa de obras, condicionando a formação de expectativas quanto ao futuro próximo. Isso pode explicar a deterioração de perspectivas de produção para os próximos três meses manifestada pelas empresas de obras públicas cujo indicador, de -3,4% em Março, evoluiu para -7.2%. Da mesma forma, no que concerne ao mercado habitacional, o indicador de produção para os próximos três meses inverteu a tendência de recuperação, caindo em 1,5 p.p.. Neste caso, podem estar em causa as expectativas quanto à publicação de alguns diplomas chave para animação do mercado, nomeadamente os relativos ao arrendamento e ao anunciado programa de financiamento de obras de reabilitação urbana, o Rehabilita.
A instabilidade e indeterminação quanto ao rumo económico futuro condiciona a disposição para realizar investimentos e prejudica a criação de novos postos de trabalho muito em especial no segmento de edifícios habitacionais, cujas expectativas a três meses se degradaram pelo segundo mês consecutivo. No caso das obras de engenharia civil, se em Março havia um cenário de aumento do emprego (com uma variação de 5,5 p.p.), em Junho essa variação foi de somente 0,5 p.p.. A este respeito importa ter presente que, segundo o INE, o primeiro trimestre de 2004 foi o quinto trimestre consecutivo com variações homólogas negativas no número de empregados no sector, registando o menor número de empregados da década em curso, com 557 mil pessoas empregadas.
[2]Instituto Nacional de Estatística.
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