Síntese de Conjuntura do Sector da Construção Civil e Obras Públicas – Março de 2003
Em Março o Indicador Global de Conjuntura [1] voltou a situar-se em -26,1%, retornando ao máximo dos últimos 12 meses já registado em Novembro passado. Pelo seu comportamento desde o começo de 2004, pode falar-se num regresso à trajectória de descompressão do sector da construção, a qual tinha sido interrompida no final de 2003. Sem que se possa já referir uma melhoria da situação do sector (até pelo sinal negativo do Indicador Global de Conjuntura), há fortes sinais que devem ser tidos em conta.
As pequenas empresas [2] foram aquelas que ao longo da recessão de 2003 mantiveram indicadores menos negativos, facto que, hoje, pode ajudar a perceber que sejam também essas aquelas que observam uma menor melhoria de expectativas. Em contrapartida, as grandes empresas [3], tendo sido aquelas que manifestaram piores expectativas, são as que apresentam a maior recuperação pois, ao longo dos últimos 12 meses, o respectivo indicador conquistou 12,3 pontos percentuais (p.p.) situando-se, em Março, em -27,7%.
Seja qual for o segmento de actividade analisado, é sabido que sector da construção foi fortemente penalizado ao longo de 2003. A confirmá-lo, segundo o INE, está a evolução do investimento em construção que, nesse ano, caiu em 12,2% tendo, por outro lado, os índices de produção de obras de engenharia e de edifícios correntes observado decréscimos de 10,6% e de 6,8%, respectivamente. Esse é o ponto de partida para a justificação do actual sentimento económico dos empresários, nomeadamente sobre a evolução futura do sector. Partindo daí, é indesmentível haver uma contínua melhoria do Indicador de Expectativas Futuras o qual, em Março, atingiu novo máximo dos últimos 12 meses, situando-se em -19,6%.
As expectativas face ao futuro são em larga medida devidas ao mercado de obras públicas, cujo indicador de actividade, já no mês em análise, teve uma variação mensal positiva de 7,2 p.p., permitindo melhores perspectivas para o emprego nos próximos 3 meses, sustentadas pela antevisão de um comportamento muito favorável da produção. De facto, o indicador relativo à produção nos próximos 3 meses teve uma subida mensal de 11,6 p.p., situando-se em -3,4%, quando há 12 meses era de -29,3%. Trata-se de uma variação assinalável que, a confirmar-se, corroborará a expectativa da AICCOPN de que serão as obras públicas que poderão evitar o aprofundar da recessão de 2003.
De facto, em especial no caso do mercado residencial, permanecem os sinais de estagnação: o consumo de cimento segue a trajectória de decréscimo (se bem que a taxas menores) e as licenças emitidas para construção nova apresentaram nova queda homóloga de 5,7%, contribuindo para justificar a queda da conclusão de novos fogos que, em 2003, foi de 39,9% [4]. Quanto às construções não residenciais, os empresários indicam haver alguma melhora ao nível da carteira de encomendas, mas tal tão-somente se traduz em reduzidas evoluções do respectivo indicador de conjuntura, sendo que os dados do licenciamento indicam haver diminuições quer da promoção de novas obras quer da reabilitação das existentes.
Como mencionado, as grandes empresas foram aquelas com uma evolução mais favorável, acompanhando as tendências do mercado de obras públicas, tendo o respectivo indicador de actividade observado um acréscimo mensal de 8,2 p.p.. Porém, importa frisar que este comportamento não significa já um progresso na situação das empresas, pois quer ao nível da carteira de encomendas, quer financeiro, o cenário permaneceu caracterizado por sérias dificuldades.
[4] Com base em dados preliminares do INE.
Fonte: AICCOPN. Notas: (1) Saldo de respostas extremas, média móvel de 3 meses. (2) Refere-se à actividade passada das empresas. (3) Refere-se às expectativas sobre os próximos 3 meses.
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